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A historiografia da arquitetura brasileira não foi ainda estudada. Sem muita dificuldade, pode-se ver nisto um sinal do pouco interesse despertado no meio profissional e universitário, até há bem pouco tempo, pela pesquisa histórica em arquitetura. Nosso passado arquitetônico, distante ou recente, inclui todavia realizações reconhecidas inclusive em âmbito internacional, e esta história já foi contada e recontada diversas vezes, dispondo-se de um número razoável de publicações a respeito. Há, portanto, um descompasso entre o valor da arquitetura nacional e o desinteresse relativo pela pesquisa histórica no país. A razão deste fato parece estar na própria historiografia. Concentrando-se nos momentos de exceção da arte do país, ela dedicou-se na maior parte das vezes a construir uma interpretação nacionalista do conjunto da arquitetura brasileira, cujo objetivo quase exclusivo é a valorização histórica das criações modernas locais. As conseqüências mais profundas desta forma de escrever a história foram de um lado a exclusão, no passado artístico nacional, dos períodos que não se adequassem a tal construção teórica, e de outro o desestímulo à pesquisa, posto que nossa verdade histórica estaria assim de uma vez por todas estabelecida.

Em nenhum lugar este problema é mais visível do que no estudo do ecletismo, e em nenhum caso isto é mais claro do que no ecletismo do Rio de Janeiro. Desqualificado de antemão, desde o princípio, como uma arquitetura de origem estrangeira e" de fundo acadêmico”, para usar uma expressão de Lúcio Costa, sua fortuna crítica é certamente a menos feliz de toda a arquitetura brasileira …