Authors
Sofia Aboim, Pedro Vasconcelos, Dulce Neves
Publication date
2011
Book
JM Pais, R Bendit & VS Ferreira (orgs.), Jovens e Rumos
Pages
59-78
Publisher
Imprensa de Ciências Sociais
Description
O que quer que se faça faz-se sempre enquanto homem ou mulher. São múltiplos e incessantes os processos de socialização que, desde o nascimento, constroem os sujeitos sociais enquanto sujeitos genderificados. Na família, na escola, no mundo do trabalho e em todas as áreas de relacionamento humano é impossível escapar à construção da diferença entre masculino e feminino (Bourdieu 1998; Connell 1987). Ser-se adulto é, assim, sempre expresso através de modelos de feminilidade e masculinidade. No passado, tornar-se adulto era, antes de mais, percorrer caminhos lineares rigidamente codificados por modelos normativos dicotomizados de género (Giele 2004). Não quer isto dizer que todos e todas os percorressem, ou que não existissem margens e espaços de ambiguidade e contradição (Cutileiro 1977; Almeida 1986). Contudo, os processos de mudança social das últimas décadas alteraram profundamente as relações de género. De modelos patriarcais de desigualdade, vivemos hoje nas sociedades ocidentais uma ordem de género que, embora de relativa dominação masculina, é mais igualitária (Vasconcelos 1998; Aboim 2010).
Estas mudanças podem ser analisadas de um ponto de vista estrutural, mas devem também ser desvendadas numa perspectiva biográfica, capaz de reconhecer tanto as regularidades como as singularidades. Contudo, as biografias não podem ser reduzidas a uma vida. Dão-se em tempos históricos de articulação entre pessoas da mesma e de diferentes gerações, implicando trocas e socializações recíprocas. Na perspectiva de curso de vida estão presentes três ópticas analíticas: a das …
Total citations
201120122013201420152016201720182019202020212022123151
Scholar articles
S Aboim, P Vasconcelos, DM Neves - Jovens e Rumos, Lisboa, Imprensa de Ciências …, 2011